Abaixo um texto que encontrei no Yahoo Notícias e que achei interessante postar. O texto escrito por Regis Tadeu, fala um pouco da influência da Música no desenvolvimento da Educação das crianças e adolescentes do país.
" Você já ouviu falar em Foghat? Heart? Boston? Blue Öyster Cult? Edgar Winter? Thin Lizzy? Bob Seger? Ted Nugent? Steve Miller Band? Bem, se você é uma pessoa realmente interessada em música, tais nomes não apenas lhe são familiares. Certamente, alguns dos discos desta turma fazem parte de sua coleção - se este não for o seu caso, só me resta lamentar.
Pois bem, saiba que essa moçada aí em cima recebeu uma oxigenada na carreira - embora alguns não estejam mais na ativa, como é o caso do Foghat - por conta da verdadeira febre em que se transformou games como o Guitar Hero e o Rock Band.
Hoje em dia, há uma massa imensa de garotos e garotas tomando contato com um tipo de som que os "críticos mudérnos" chamam de "lixo", mas que ajudou a moldar toda uma geração de bandas bacanas - de Metallica a The Mars Volta, de Nirvana a White Stripes. O mais legal é que, com isso, milhares de jovens estão expandindo seus horizontes musicais de um modo divertido, sem pressão, fazendo com que eles entendam melhor o contexto sonoro que vivemos atualmente. E isso está levando esse mesmo público a se sentir motivado a aprender a tocar o instrumento de sua preferência nestes games, seja, guitarra, bateria, baixo etc.
Nada mais propício que a molecada volte a se interessar pelos sons do passado no mesmo momento em que o projeto de lei que torna obrigatório o ensino de música nas escolas de educação básica, elaborado pela senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), tenha sido aprovado por unanimidade. Venho batendo em uma velha tecla há muitos anos, mas que só recentemente voltou a ser amplamente discutida, até mesmo em audiências públicas: crianças envolvidas com Música (é, com "m" maiúsculo) tornam-se adultos melhores e mais inteligentes!
Qualquer pessoa com um mínimo de intelecto sabe disso. Para você ter uma idéia, algumas escolas que incluíram a Música em seus currículos registraram uma redução drástica na porcentagem de problemas relacionados ao comportamento de seus alunos, no aumento do desenvolvimento do raciocínio e da auto-estima das crianças, o que certamente leva a um apelo à socialização. Isso sem falar que a obrigatoriedade do ensino da disciplina garante um novo mercado de trabalho específico para os músicos brasileiros.
Mas é preciso que tudo isso seja feito também visando ao estabelecimento de ramificações cultural. Quer coisa mais legal do que a Música funcionando como uma ponte entre a pluralização de valores e a diversidade cultural, étnica e religiosa, levando as crianças a experimentarem contato com os sons de diferentes culturas, como a africana, a oriental e a indígena? Ou mesmo prestando atenção à letras que podem muito bem servir de incentivos ao debate, à reflexão e até mesmo à interpretação de textos?
Se você é pai ou mãe, imagine como será valioso ver seu filho experimentando novas experiências musicais, tendo seu interesse despertado para a música erudita, por exemplo, passando a entender o contexto histórico e cultural em que algumas lendárias composições foram criadas. Se é verdade que cada pessoa ouve a música à sua própria maneira, será fascinante ver os alunos expressando isso também por intermédio de outras formas de arte - desenhos, filmes, peças de teatro.
Você pode achar que estou delirando, mas toda essa nova situação me deixou com um entusiasmo quase juvenil. Estou cansado de testemunhar a defenestração emocional e burra que castiga quem pensa em elevar o nível cultural deste país, como se todos nós estivéssemos atravessando um "corredor polonês" - emocional e ideológico - formado por verdadeiros asnos, que choram emocionados com o romantismo rasteiro das novelas e das ditas "músicas sertanejas", que já estão literalmente arreganhados para a futilidade que escorre como uma gosma espumante dos programas de fofocas na TV, que teimam em reverberar trocadilhos infames e piadas patéticas nesta porcaria chamada de "funk carioca".
Tomara que estejamos diante de um novo processo de valorização da arte e da música como fator fundamental na formação das crianças, pois serão elas que, no futuro, sentirão os efeitos de tal educação no surgimento de uma cultura democrática de valorização da diversidade, da sensibilidade, da tolerância e da cidadania. "
fonte: Por Regis Tadeu, colunista do Yahoo! Brasil
http://br.noticias.yahoo.com/s/26012009/48/entretenimento-passado-futuro-vao-moldar-novas.html
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